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Gil Soares é o novo presidente do G.D. Sourense

By Redondo on 12:47 da manhã

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Decorreu no último dia 23 de Julho, a continuação dos trabalhos da Assembleia Geral do Grupo Desportivo Sourense.

A destacar a eleição dos Corpos Sociais para a época 2008/2009, uma situação que urgia, tendo em vista a preparação da nova época desportiva, mas mais importante ainda, evitar a eventual extinção do clube.

Tal como "O Popular de Soure" avançara na sua anterior edição, Gil Soares tinha-se proposto a formar uma lista (ver nesta edição), o que efectivamente, veio a suceder. Trata-se de um regresso, "em nome da história do clube", como sublinhou o próprio.

Gil Soares disse na altura de apresentação da lista, que viria a ser aprovada pelos associados, que se "tratava de um desafio difícil, mas não impossível", acrescentando que o Sourense "está encostado às cordas, mas não foi ao tapete".

Desde logo, o sucessor de Sousa Domingues vincou os grandes objectivos do seu mandato: recuperação económica do clube; fazer face às questões de tesouraria mais urgentes e apurar a situação económica do clube. Entre outras medidas que Gil Soares quer implementar no futuro, destaca-se a possibilidade dos sócios puderem ser recebidos quinzenalmente, pela Direcção, aquando das suas reuniões, com o objectivo destes colocarem as questões que lhes aprouver e ainda uma reunião trimestral dos Órgãos Sociais da colectividade.

Em termos desportivos, anunciou que haverá uma redução no orçamento para o futebol, e pelo facto da equipa sénior ir ser constituída por um plantel mais jovem e inexperiente, "o apoio dos sócios será decisivo".

Disse ainda que em relação às equipas jovens, o Sourense irá apenas ter juniores na nova época para garantir jogadores à equipa sénior e frisou a importância de retomar a equipa de veteranos do G.D. Sourense.

Publicamos na íntegra, a entrevista que Gil Soares concedeu à Rádio Popular de Souren, minutos após a sua eleição e onde são abordadas as mais diversas questões da vida da colectividade que tem o estatuto de Entidade de Utilidade Pública.

POPULAR DE SOURE: O seu regresso ao clube é um grande desafio?
GIL SOARES:
Sim. É um enorme desafio, perante o estado em que se encontra o clube, mas eu entendi com um grupo de associados e os sócios em geral que compareceram às assembleias recentes, que não nos podíamos resignar perante o estado em que o clube se encontrava, e portanto, a alternativa era pura e simplesmente fechar as portas, e por isso, entendemos que o clube pelo seu historial e pelas pessoas que por aqui passaram e trabalharam, não merecia ter este fim.

Portanto, conscientes das enormes dificuldades com que nos iremos deparar ao longo do ano, um período com certeza desgastante, mas pensamos que, com a ajuda de todos possamos virar esta página negra na história do clube e que dessa forma, o mesmo retome o trilho do sucesso e do bom nome que sempre tem tido ao longo do seu historial.

Pode dizer-se que este é um desafio ainda maior, comparativamente com a primeira vez em que se candidatou à presidência do Sourense?
Seguramente que sim. Na primeira vez que assumi a presidência do Sourense, eu encontri um clube que passava por dificuldades como sempre passou, mas que tinha os pés bem assentes na terra, ou seja, eram dificuldades normais decorrentes na vida de um clube. Portanto, era uma situação que não fácil, mas que nem mais ao menos se assemelha com a situação presente.

A situação actual é extremamente dúbia em que graça a uma enorme desorganização e falta de credibilidade e portanto, é um trabalho lento, que terá que ser feito, que será árduo, mas com certeza, não nos deixaremos abater, e juntamente com os associados encontraremos soluções que viabilizem o clube a curto, médio e longo prazo.

Em termos desportivos, como referiu, o grande objectivo passa por evitar a descida?
Sim. É um objectivo realista, mas não há aqui qualquer falta de ambição. Nesta fase, em que claramente se colocava a questão da própria existência do clube, há questões mais importantes do que para além da equipa de futebol e há assuntos fulcrais a resolver, e portanto, paralelamente a isso, tentaremos ter uma equipa de futebol ambiciosa, competitiva, mas que terá de ter obrigatoriamente, objectivos bem mais modestos. Isto não quer dizer que entremos nos campos derrotados, com qualquer fatalismo. Vamos entrar em campo, obviamente para tentarmos ganhar os jogos. Agora, os associados e os adeptos em geral terão de compreender que, perante a situação actual, os objectivos terão que ser mais modestos, os recursos afectos à equipa de futebol terão de ser bem menores, para tentar aquilo que é o objectivo principal: revitalizar o Sourense, ou seja, levá-lo ao trilho do bom-nome, do sucesso e da dignidade de todas as pessoas que servem o clube.

A criação de uma equipa de Juniores para "alimentar" a equipa sénior é fundamental, na sua opinião?
Eu penso que sim. Para além da constituição do plantel sénior e de outros assuntos pendentese urgentes também a resolver, também iremos fazer o estudo se temos matéria prima para constituir uma equipa de Juniores, que eu acho que dado o reduzido plantel que iremos ter na equipa séniore esta época, seria essencial para que as coisas corressem bem.

Foi deliberado em Assembleia Geral, a Direcção consultar o mercado financeiro, com vista à contratação de um empréstimo para saneamento de grande parte de passivo do clube. É ponto assente que esse empréstimo será única e exclusivamente para esse fim e não para entrar nas despesas correntes da actual época desportiva?
Isso foi um compromisso que eu assumi. Neste momento não se pode falar em falência, porque felizmente o clube tem activo mais que suficiente para cobrir o passivo estimado actual, mas neste momento o clube está em plena rotura de tesouraria, ou seja, não tem neste momento verbas para fazer face aos compromissos imediatos e inadiáveis, portanto, para que o clube retome a regularidade é necessária a contracção de um empréstimo que faça o saneamento do passivo, para depois centrarmos atenções na angariação de receitas para fazer face à nova época. Penso que, com o orçamento de contenção que iremos levar a efeito, será possível o clube retomar a normalidade. Obviamente que não será de imediato, uma vez que é um processo que demora o seu tempo, mas contamos que a médio prazo isso aconteça.

Sobre as dúvidas existentes acerca dos mandatos anteriores, esta Direcção vai entregar a situação a um jurista para este avaliar e recomendar quais os procedimentos a seguir, com vista ao apuramento de algumas responsabilidades criminais, se eventualmente existirem?
Sobre isso, tal como referi na Assembleia Geral, não podemos usar determinados termos, porque no fundo estamos a falar de pessoas que têm as suas vidas e portanto, temos de ter algum cuidado.

Agora, também é necessário e nunca farei esse papel, não podemos branquear o que se passou e as situações menos correctas que eventualmente se praticaram. Foi extremamente importante o trabalho feito pela Comissão de Auditoria, levantou determinadas questões importantes, foram debatidas em Assembleia e agora, com serenidade, é necessário que passemos para o plano jurídico, não o plano de irmos interpormos já qualquer tipo de acção, não é disso de que se trata, mas sim, que entreguemos este conjunto de informações e denúncias que foram feitas a jurista que faça o enquadramento jurídico de todas estas situações. A partir daí, obviamente as conclusões serão colocadas à Assembleia Geral que é soberana, para depois deliberar aquilo que entender ser mais conveniente para os interesses do clube.

Há que ter bem presentes dois aspectos: primeiro, não estamos para branquear o passado; segundo, o que conta são os superiores interesses do clube e não qualquer tipo de vingança ou "caça às bruxas", não se trata nada disso, e portanto, este equilíbrio tem de ser feito com os pés bem assentes na terra e tendo em atenção que estão em causa os interesses do clube e das pessoas que não podemos, em vão, acusar de nada, sem termos elementos jurídicos suficientes para o fazer, e portanto, vamos aguardar com serenidade que esse parecer seja feito e entregue à Direcção, convocando-se em seguida uma Assembleia Geral para discutir esse e outros assuntos importantes da vida do clube.

Tendo em conta que as notícias sobre o G.D. Sourense nos últimos tempos não foram muito favoráveis, sobretudo na imprensa regional, como é que vai inverter essa imagem negativa com que certamente as pessoas ficaram em todo o distrito ao lerem os referidos artigos?
Essencialmente, penso que terá que passar por muito diálogo, muitas negociações com as instituições, com os potenciais credores, digamos assim. Temos que restituir a credibilidade e isso só pode ser feito, tendo uma postura obviamente defendendo intransigentemente os interesses do clube, mas procurando conseguir equilíbrios e acordos, para que os laços de confiança voltem à colectividade.

Obviamente que, não é um processo rápido, porque perder a credibilidade é rápido e ganhá-la demora o seu tempo, mas, estou convencido que o grupo de pessoas que eu reuni, já têm alguma experiência de gestão do Grupo Desportivo Sourense no passado e isso facilitará esse trabalho. Iremos puxar dos galões e tentar que rapidamente essa credibilidade regresse. Isso é possível e é desejável e dentro de alguns meses, estaremos a falar de um Sourense rejuvenscido, de cara lavada que, com certeza não envergonhará o concelho.

Algumas vezes disse que não se pronunciava sobre algumas notícias que iam saindo sobre o clube, isto na qualidade de ex-presidente, remetendo-se um pouco ao silêncio. Hoje, está arrependido de não ter intervido para evitar que a situação do clube chegasse a este ponto?
Eu quando deixei de ser presidente da Direcção há dois anos, disse que a melhor posição que um ex-presidente pode ter perante o clube, é ser isso mesmo, um ex-presidente, ou seja, ter algum recato nas suas opiniões, perceber que as mesmas podem fazer eco, e por isso tentei manter essa postura. Durante o primeiro ano não me pronunciei sobre nada. Obviamente, como associado sempre tive em atenção a vida do clube e foram-me chegando sintomas e determinados comportamentos que, de facto, me levavam a pensar que as coisas não estariam a correr como deveriam correr. Agora, entendia que se levantasse essas questões e dado o passado que eu tinha no clube, eu só tinha uma hipótese: era apresentar-me com alternativa, ou seja, como oposição aquele estado de coisas. A minha vida pessoal não o permitia, como agora de facto não o permite, mas perante estas sucessivas marcações de Assembleias Gerais, com o não surgimento de listas candidatas, com o clube a mergulhar a passos largos para a sua extinção, com os prazos a queimarem, tudo a acontecer muito rapidamente e o fim a aproximar-se, porque o que se tratava mesmo era o de evitar esse perigo, senti-me na obrigação, conjuntamente com um grupo de pessoas, de intervir em nome da história do clube e em nome do concelho de Soure. Não posso ser acusado de qualquer tipo de acção contra a anterior Direcção, se calhar pelo contrário, pequei como disse na Assembleia Geral, como todos os sócios do Sourense por estarmos a ver o caminho e por omissão, não o denunciarmos. Não adianta agora estar a bater no passado, o que interessa é que há uma solução para gerir o clube e vamos tentar na medida das nossas capacidades, que as coisas se alterem para melhor.

Quanto à nova época, nas últimas horas falou com jogadores que eventualmente venham a integrar o plantel?
É preciso não esquecer uma coisa: estamos a falar de um campeonato que vai começar no dia 24 de Agosto, estamos numa altura em que a maior parte das equipas já treina há duas semanas e estamos a falar de uma situação do Sourense que não tem neste momento nenhum treinador ou jogador nos seus quadros. Decidi marcar o início dos trabalhos já para a próxima segunda-feira (dia 21 de Julho), já contactei diversos jogadores, mas quero primeiro em reunião de Direcção, marcada já para amanhã, apresentar esta minha estratégia, obviamente como o nome do treinador e alguns jogadores, e portanto em primeira mão, esse assunto será discutido em reunião, mas obviamente já temos, porque não poderia ser de outra maneira, alguns contactos e pré-acordos comigo (Gil Soares). Amanhã, com certeza, na reunião serão propostos à Direcção e se as coisas correrem como espero, ou seja, sejam rectificados estes meus acordos, poderemos anunciar os jogadores, praticamente todos novos, visto que os jogadores da época anterior, practicamente já todos têm colocação. No fundo é uma equipa que terá de ser feita em 4 dias.

Dos novos jogadores, estão incluídos alguns que pertencessem à equipa da Vinha da Rainha, uma vez que esteve ligado a esse projecto nos últimos tempos?
Existe um acordo de cooperação com a Vinha da Rainha e que agora será reforçado. Uma das certezas que posso dar (hoje), é que nenhum jogador da Vinha da Rainha será abordado pela nossa Direcção para vir para o G.D. Sourense. A Vinha da Rainha tem obviamente a sua época preparada e portanto, não seria minimanente correcto que por dificuldades conjuntorais do Sourense aquele clube fosse prejudicado. Essa colaboração será feita com certeza a outros níveis, a médio prazo passará pelo eventual intercâmbio de jogadores, mas nesta fase, digamos assim, a Vinha da Rainha não tem culpa do mal pelo qual o Sourense está a passar, e por isso, em relação à Vinha da Rainha só tenho de enaltecer o trajecto desportivo que está a fazer, a seriedade das pessoas que compõem aquela casa, e portanto, desejar as maiores felicidades, porque no fundo, também me considero uma pequena parte daquela estrutura e continuarei sempre a ajudar aquela terra, que é também a minha nesta fase, nenhum jogador da Vinha da Rainha foi ou será abordado. Se o foi por outras pessoas, são pessoas que não têm qualquer legitimidade para o fazer.

Em termos de treinador. Já tem algum nome em mente e que posso divulgado o seu nome?
Já tenho um nome, tenho um acordo com uma pessoa, mas como disse, quero propor esse nome à Direcção. É um cargo demaisado importante na estrutura de uma equipa e por isso vou expor as razões pelas quais entendo ser neste momento a solução ideal.

É uma pessoa que seguramente, quererá fazer no Sourense um grande trabalho, e por isso, vamos tentar dar-lhe as condições para o poder fazer. Embora não possa revelar o nome, posso adiantar que é uma pessoa que há muitos anos está ligada ao futebol e que também conhece bem a realidade do Sourense. Mediante as circunstâncias e a conjuntura actual do mercado e das disponiblidades que existem, penso que é uma pessoa que reúne todas as capacidades para estar à altura deste enorme desafio.


Na próxima edição contaremos dar-lhe a conhecer a equipa técnica, liderada por Ricardo Namora, ex-jogador do clube, bem como o plantel que já trabalha há alguns dias a esta parte.

Atendendo às circunstâncias, recorde-se que Gil Soares adiantou que em termos desportivos o grande objectivo passa desde logo por evitar a descida.

in o Popular de Soure

PS: É conveniente que se leia as notícias abaixo após a leitura da entrevista pois a mesma foi elaborada antes da publicação das informações já publicadas no nosso blog.

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